21 de Janeiro de 2021
O que é a infodemia?
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29/05/2020 00:00 - Atualizado em 30/05/2020 01:23
Por: Redação
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Ultimamente, dormimos e acordamos com notificações nas telas em nossos telefones celulares. Sons que pouco a pouco se tornam reconhecíveis e distinguidos, mensagens de aplicativos dos veículos de notícias ou dos nossos grupos de mídias sociais, que num processo simbiótico com a nossa vida cotidiana se tornaram parte de nós, causando uma certa dependência. Nunca existiu uma época em que as pessoas estivessem tão conectadas, em um estilo de vida quase 100% do tempo online.
Mesmo estando em casa isolados e seguros contra a contaminação do coronavírus, a nossa mente se mantém mais ativa do que nunca e está em uma grande exposição de informações, verídicas ou fakes. E atualmente, todas estão debatendo o mesmo assunto: a contaminação que estamos tentando evitar.
Esta realidade “hiperconectada” não trouxe somente informações, mas alguns desafios para os indivíduos e a própria sociedade, como a “infodemia”.
Mas o que é “infodemia”?
Com o atual cenário que estamos vivendo, Covid-19, os meios de comunicação, como jornais, programas de rádio, noticiários, grupos de WhatsApp e outras mídias sociais, estão produzindo uma quantidade de informações absurdas. Não somente das grandes empresas de comunicação, mas também de diversos órgãos públicos, personalidades conhecidas e indivíduos que com os novos meios de comunicação adquiriram “voz” e se tornaram também fonte de informações.
Esta realidade com este excesso de informações é conhecida como “infodemia”. Ela pode ser caracterizada como uma epidemia de informações, que traduzindo, seria uma grande quantidade de noticias e matérias jornalísticas sobre algum tema preocupante, como pandemias, catástrofes, previsões, guerras etc., que causam angústia, ansiedade e medo no indivíduo e na população, complicando ainda mais o contexto vivido.
O medo e o pânico coletivo podem provocar nas pessoas diversas reações preocupantes, como ignorar as recomendações dadas pelos especialistas de saúde, medidas que podem ser prejudiciais, como automedicação, um esgotamento mental a ponto de fazer com que queiram distanciamento total das informações básicas. Estas ações provocadas pelo nível de estresse elevado podem causar um grande impacto negativo em uma realidade pandêmica como a que estamos vivendo do coronavírus.
Exemplificando, poderíamos dizer assim: sabemos que existe uma grande preocupação do Ministério da Saúde quanto ao número de leitos e UTIs disponíveis em todo o país, e caso haja ainda um grande crescimento de pacientes e a pandemia tome ainda proporções mais absurdas, não haveria leitos suficientes para todos. Desta forma, a indicação dos órgãos públicos é que as pessoas que tivessem sintomas leves deveriam permanecer em casa no isolamento, somente os casos emergenciais e graves deveriam ser conduzidos ao hospital. Porém, as pessoas com sintomas leves, mas em estado de pânico e mal-informadas, poderiam encher os hospitais, levando a demora nos atendimentos, e até mesmo dificultando para os que realmente necessitariam.
O que fazer para evitar este cenário?
Vale a pena recordar que em tudo na nossa vida temos a necessidade de manter um equilíbrio e um bom discernimento, e isso inclui o tema das informações.
A primeira atitude é criar uma metodologia para abastecer-se das informações. Ao longo do dia, procurar horários específicos para se informar pelos principais canais com noticiários tradicionais (TV e rádio) ou pelos meios digitais (aplicativos no celular). Um exemplo diário a ser utilizado seria escolher um horário na parte da manhã, da tarde e da noite para acompanhar as notícias. Obviamente que isto não se aplicaria aos momentos urgentes, como algo acontecido em um momento determinado do dia.
O segundo passo para combater o excesso das informações é evitar as fake news. Evitando receber notícias de blogs ou fontes desconhecidas que estimulem o sensacionalismo, diminuímos já em parte uma quantidade de informações desnecessárias. Por exemplo, quando receber mensagens em grupos de WhatsApp, procure verificar a fonte, se o link com o site da notícia é conhecido e confiável. É muito importante saber se a notícia é verdadeira ou se não está contada de forma parcial. Aqui vale a pena lembrar que o discernimento é sempre muito importante, pois também somos responsáveis pelas notícias que passamos a frente.
É claro que vivemos em um meio social no qual não podemos escapar das notícias de um evento tão impactante para o mundo inteiro como o coronavírus, porém, podemos diminuir a grande avalanche de notícias que bombardeiam nossas mentes o dia inteiro. Desta forma, estaremos cuidando não somente da nossa saúde física, mas também da nossa saúde mental.
Padre Arnaldo Rodrigues
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