19 de Janeiro de 2021
Projeto ‘Estudo Bíblico’
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03/05/2020 17:42
Por: Redação
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Projeto ‘Estudo Bíblico’
Livros do Novo Testamento (9)
Neste artigo prosseguimos pelas estradas sinuosas da formação dos livros do Novo Testamento, o Cânon, a reunião dos Escritos inspirados por Deus para que bebêssemos da ‘água pura’ da Verdadeira Revelação de Cristo.
Livros do Novo Testamento (9)
Neste artigo prosseguimos pelas estradas sinuosas da formação dos livros do Novo Testamento, o Cânon, a reunião dos Escritos inspirados por Deus para que bebêssemos da ‘água pura’ da Verdadeira Revelação de Cristo.
O Problema teológico: O Método Crítico e a problemática do Cânon do Novo Testamento
Childs (1994) parte de uma situação menos coesa para a avaliação da questão teológica do Cânon: Se existe um consenso em relação a certos aspectos dos problemas históricos associados ao desenvolvimento do Cânon do Novo Testamento, o mesmo não pode ser dito sobre a interpretação teológica do Cânon.
Partindo do debate iniciado por E. Käsemann, apresentam-se alguns pontos que auxiliam a captar sinteticamente os aspectos mais relevantes do debate exegético teológico sobre o Cânon do NT.
1º) Como se pode lidar com a grande diversidade de perspectivas que se apresentam ao interno do Cânon do NT? Para Käsemann, muito longe de ser a base para a unidade da Igreja, é, ao contrário, a maior razão de sua desunião.
Na mesma perspectiva, JD.G.Dunn vê o NT como um complexo de contradições e tensões, da qual salvar-se-ia um único conceito comum em linha de continuidade: aquela do Cristo como "O Exaltado".
Para Childs, se coloca, a partir destas perspectivas, as seguintes questões: Como se pode decidir pelo autêntico Evangelho, em meio a tantas vozes conflitantes? Dever-se-ia decidir por um Cânon dentro do Cânon?
2º) Da Escola Inglesa e Americana, Childs extrai muitas questões: Seria proveitoso e necessário falar de níveis de autoridade canônica (R. E.Brown e J.D.G.Dunn )?
Em que medida a função teológica do Cânon do NT depende da redescoberta do momento histórico particular, no qual a autoridade atribuiu primeiramente um nível da Tradição?
É correto falar do Cânon como tradição congelada no tempo e que, como pensa E. Best, serve simplesmente para ilustrar como os cristãos de então entendiam autoridade?
Estas são as típicas questões do pensamento protestante moderno sobre o Cânon, as dificuldades teológicas dos cristãos que em certo momento da História do cristianismo resolveram se afastarem da Tradição.
3º) Quanto pode ser atribuído à autoridade teológica pelas decisões canônicas da Igreja Antiga? Se o tempo que desempenha um papel de condicionante, juntamente com as características culturais, realmente influenciou determinante neste processo, em que medida foi o Cânon simplesmente uma superreação defensiva à ameaça dos montanistas e gnósticos?
Se muitos destes critérios com os quais a canonicidade foi decidida, como a apostolicidade, têm sido questionados com o avanço das ciências históricas, como podem os resultados destas decisões ter uma autoridade última para a Igreja hodierna?
A resposta a estas questões colocadas pela teologia protestante e, em parte, por ambientes católicos provém dos textos do Concílio Vaticano II, a Constituição Dogmática "Dei Verbum” (A Palavra de Deus 1965):
Deus dispôs amorosamente que permanecesse íntegro e fosse transmitido a todas as gerações tudo quanto tinha revelado para salvação de todos os povos. Por isso, Cristo Senhor, em quem toda a revelação do Deus altíssimo se consuma (2 Cor. 1,20; 3,16-4,6), mandou aos Apóstolos que pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, o Evangelho prometido antes pelos profetas e por Ele cumprido e promulgado pessoalmente, comunicando-lhes, assim, os dons divinos. Isto foi realizado com fidelidade, tanto pelos Apóstolos que, nas suas pregações orais, exemplos e instituições, transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, trato e obras de Cristo, e o que tinham aprendido por inspiração do Espírito Santo, como por aqueles Apóstolos e varões apostólicos que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação (DV 7).
E diz ainda que os Evangelhos são a preservação íntegra da vontade apostólica de guardar fielmente as palavras de Cristo:
Porém, para que o Evangelho fosse perenemente conservado íntegro e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram os bispos como seus sucessores, "entregando lhes o seu próprio ofício de magistério". Portanto, esta sagrada Tradição e a Sagrada Escritura dos dois Testamentos são como um espelho no qual a Igreja peregrina na terra contempla a Deus, de quem tudo recebe, até ser conduzida a vê-lo face a face tal qual Ele é (cfr. 1 Jo. 3,2) (DV 7).
Childs (1994) parte de uma situação menos coesa para a avaliação da questão teológica do Cânon: Se existe um consenso em relação a certos aspectos dos problemas históricos associados ao desenvolvimento do Cânon do Novo Testamento, o mesmo não pode ser dito sobre a interpretação teológica do Cânon.
Partindo do debate iniciado por E. Käsemann, apresentam-se alguns pontos que auxiliam a captar sinteticamente os aspectos mais relevantes do debate exegético teológico sobre o Cânon do NT.
1º) Como se pode lidar com a grande diversidade de perspectivas que se apresentam ao interno do Cânon do NT? Para Käsemann, muito longe de ser a base para a unidade da Igreja, é, ao contrário, a maior razão de sua desunião.
Na mesma perspectiva, JD.G.Dunn vê o NT como um complexo de contradições e tensões, da qual salvar-se-ia um único conceito comum em linha de continuidade: aquela do Cristo como "O Exaltado".
Para Childs, se coloca, a partir destas perspectivas, as seguintes questões: Como se pode decidir pelo autêntico Evangelho, em meio a tantas vozes conflitantes? Dever-se-ia decidir por um Cânon dentro do Cânon?
2º) Da Escola Inglesa e Americana, Childs extrai muitas questões: Seria proveitoso e necessário falar de níveis de autoridade canônica (R. E.Brown e J.D.G.Dunn )?
Em que medida a função teológica do Cânon do NT depende da redescoberta do momento histórico particular, no qual a autoridade atribuiu primeiramente um nível da Tradição?
É correto falar do Cânon como tradição congelada no tempo e que, como pensa E. Best, serve simplesmente para ilustrar como os cristãos de então entendiam autoridade?
Estas são as típicas questões do pensamento protestante moderno sobre o Cânon, as dificuldades teológicas dos cristãos que em certo momento da História do cristianismo resolveram se afastarem da Tradição.
3º) Quanto pode ser atribuído à autoridade teológica pelas decisões canônicas da Igreja Antiga? Se o tempo que desempenha um papel de condicionante, juntamente com as características culturais, realmente influenciou determinante neste processo, em que medida foi o Cânon simplesmente uma superreação defensiva à ameaça dos montanistas e gnósticos?
Se muitos destes critérios com os quais a canonicidade foi decidida, como a apostolicidade, têm sido questionados com o avanço das ciências históricas, como podem os resultados destas decisões ter uma autoridade última para a Igreja hodierna?
A resposta a estas questões colocadas pela teologia protestante e, em parte, por ambientes católicos provém dos textos do Concílio Vaticano II, a Constituição Dogmática "Dei Verbum” (A Palavra de Deus 1965):
Deus dispôs amorosamente que permanecesse íntegro e fosse transmitido a todas as gerações tudo quanto tinha revelado para salvação de todos os povos. Por isso, Cristo Senhor, em quem toda a revelação do Deus altíssimo se consuma (2 Cor. 1,20; 3,16-4,6), mandou aos Apóstolos que pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, o Evangelho prometido antes pelos profetas e por Ele cumprido e promulgado pessoalmente, comunicando-lhes, assim, os dons divinos. Isto foi realizado com fidelidade, tanto pelos Apóstolos que, nas suas pregações orais, exemplos e instituições, transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, trato e obras de Cristo, e o que tinham aprendido por inspiração do Espírito Santo, como por aqueles Apóstolos e varões apostólicos que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação (DV 7).
E diz ainda que os Evangelhos são a preservação íntegra da vontade apostólica de guardar fielmente as palavras de Cristo:
Porém, para que o Evangelho fosse perenemente conservado íntegro e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram os bispos como seus sucessores, "entregando lhes o seu próprio ofício de magistério". Portanto, esta sagrada Tradição e a Sagrada Escritura dos dois Testamentos são como um espelho no qual a Igreja peregrina na terra contempla a Deus, de quem tudo recebe, até ser conduzida a vê-lo face a face tal qual Ele é (cfr. 1 Jo. 3,2) (DV 7).
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