21 de Fevereiro de 2019
Escoteiros católicos realizam seminário nacional no Rio
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07/12/2018 11:10 - Atualizado em 07/12/2018 11:10
Por: Flávia Muniz / Symone Matias
Escoteiros católicos realizam seminário nacional no Rio 0
Com a presença do capelão mundial do escotismo católico, padre Jacques Gagey, realizou-se, entre os dias 15 e 17 de novembro, a primeira edição do Seminário Nacional do Escotismo Católico, no Centro Cultural do Movimento Escoteiro (CCMB), no Rio de Janeiro, em parceria com a União Brasileira dos Escoteiros e a Arquidiocese do Rio. O encontro teve, ainda, a participação do coordenador nacional do escotismo católico, André Torricelli, do capelão assistente nacional, padre Hugo Marcel Marcelino Galvão, da Arquidiocese de Natal-RN, e do assistente eclesiástico para o escotismo na Arquidiocese do Rio, padre Jair Freitas Guimarães.
Vindos de diversas regiões do país e do exterior, cerca de 30 escoteiros católicos estiveram presentes às atividades promovidas nos três dias de encontro, durante as quais foi debatida a prática do escotismo na vertente confessional católica, através de palestras de conteúdo religioso, análise de documentos e livros, tudo permeado por momentos de oração e partilha de experiências. Os participantes – entre eles dois do Paraguai, um da Nicarágua e um da França – puderam, no final, conhecer pontos turísticos da cidade e tiveram momentos de confraternização. Houve duas missas, sendo a de abertura, no Santuário Cristo Redentor, no Corcovado, e a de encerramento, na Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, da Ilha de Boa Viagem, em Niterói.
Ampliar horizontes
André Torricelli, que é também representante da Conferência Internacional Católica de Escotismo (CICE) para o Cone Sul, afirmou que o encontro teve como objetivo acender uma chama - pela troca de experiências - que ampliasse “os horizontes dos chefes escoteiros e dos demais, para que pratiquem a fé católica dentro do movimento escoteiro.” Foram abordados diversos temas de interesse para quem trabalha com a juventude, na faixa etária que compreende a idade de escoteiros, apresentando-se atividades em que o escotismo pode colaborar com a Igreja, o seu sistema de especialidades e conquistas, os acampamentos, enfim: “Trocamos ideias e experiências, para aprendermos uns com os outros, inclusive, com a presença de escoteiros de outros países e de outros estados. As orações, as celebrações e os momentos de partilha tornaram todos mais próximos e mais alegres em professarem a sua fé com os irmãos escoteiros”, disse Torricelli.
Engajamento católico
Para o capelão mundial do escotismo católico, padre Jacques Gagey, o encontro é um novo esforço para o desenvolvimento do escotismo brasileiro com um forte engajamento católico. “O escotismo, em geral, está crescendo no mundo: são cerca de 50 milhões de jovens; é incrível. É o maior movimento jovem do mundo e ele esta crescendo também no Brasil, mas ainda é frágil, pois sua estrutura religiosa é fraca. Ele não é sem religião, mas sua estrutura religiosa ainda não está fortalecida”, pontuou padre Jacques.
Para ele, é preciso “desenvolver a dimensão religiosa do escotismo brasileiro e do escotismo no mundo inteiro. O escotismo é inter-religioso. Ele tem em si o pluralismo religioso, ele nasceu assim. Mas o escotismo depende muito do catolicismo, porque os católicos dão uma profundidade, desde o começo, que é vital para o escotismo”, disse.
Capelania nacional
Embora as igrejas existam desde antes do escotismo, e este ser fruto da inspiração religiosa, no entanto, os escoteiros, segundo padre Gagey, esquecem de olhar para a Igreja, e esta esquece de olhar para os escoteiros. Para ele, a solução para que Igreja e escoteiros estejam juntos é mais do que o diálogo. “A solução para que a Igreja e os escoteiros andem juntos é o capelão nacional. Ele é a Igreja entre os escoteiros, que até são religiosos, mas esquecem da Igreja, e a Igreja também se esquece dos escoteiros. Às vezes, o bispo é escoteiro, porém nem sempre ele é; e ele não tem tempo de cuidar dos escoteiros. Por isso, deve haver o capelão nacional. Ele é a base e o ponto de partida para a inspiração religiosa entre os escoteiros”, avaliou o capelão mundial.
Padre Gagey também considera que o capelão nacional deve ser “estável e sólido; tem que ser um homem doce e forte, porque os escoteiros são fortes e precisam que o capelão seja doce. Eu espero e estou certo de que nosso padre Hugo vai organizar e cumprir muito bem esta missão junto ao movimento, por todo o país e durante muitos anos”, ressaltou.
Para ele, o seminário que aconteceu no Rio de Janeiro é, de fato, “muito humilde, não é um seminário de resultado, ele é um lançamento. Então, para mim, esse é o começo da colaboração, do trabalho compartilhado a serviço dos jovens, entre a hierarquia da Igreja e a dos escoteiros. A Igreja, no movimento escoteiro, não tem uma posição hierárquica, exerce, porém, a autoridade espiritual”, explicou.
Escotismo no Sínodo
Padre Gagey contou, ainda, que, por ser o capelão mundial do escotismo católico, foi procurado pelo Cardeal Lorenzo Baldisseri, durante o Sínodo dos Bispos sobre a juventude, para apresentar um jovem adulto escoteiro para ser auditor. O capelão indicou uma jovem escoteira de 28 anos, oriunda da Guiné-Conacri. “Henriette Camara é uma menina interessante, porque seus pais são muçulmanos, e ela se converteu ao catolicismo. Disse que o escotismo favoreceu a sua conversão, porque era um ‘lugar’ de confiança, de algo mais do que mera tolerância, é um ‘território’ de amizade entre as religiões, e que, no escotismo, é possível tornar-se, facilmente, católico quando se é muçulmano. E esse foi o seu testemunho, ela testemunhou isso para o Papa. E ele ficou muito feliz; todos os cardeais aplaudiram”, concluiu padre Jacques.
Encerrando as atividades de 2018, os escoteiros católicos realizarão o evento “Luz da Paz de Belém” no Santuário Cristo Redentor, dia 15 de dezembro, a partir das 18h30. Haverá Oração do Terço Mariano e missa às 20h. Mais detalhes no site: www.escoteiros.org.br/agendas.
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