20 de Janeiro de 2021
‘Os jovens são felizes por serem cristãos’
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24/08/2018 13:24 - Atualizado em 24/08/2018 13:24
Por: Flávia Muniz
‘Os jovens são felizes por serem cristãos’ 0
Por vontade do Papa Francisco, a Jornada Mundial da Juventude no Panamá, em 2019, será mariana: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra’. Já a JMJ Rio2013, teve um acento missionário (‘Ide, fazei discípulos’). Embora escolhido pelo Papa Bento XVI, encaixou-se, perfeitamente, com o Papa Francisco, “que é o Papa da missão, da Igreja em saída”, explicou o secretário do Dicastério para a Vida, a Família e os Leigos, no Vaticano, padre Alexandre Awi Mello.
E disse também: “Francisco é o Papa da Misericórdia, daí a Jornada de Cracóvia ter se alinhado com a revelação de Jesus Misericordioso a Santa Faustina, e foi precedida pela proclamação do Ano da Misericórdia. Agora, um tema mariano. Tive a graça de entrevistar o Santo Padre duas vezes, ouvi-lo sobre sua devoção a Nossa Senhora e conhecer de perto seu coração mariano. Por isso, é, de fato, uma jornada mariana, que nos aponta a fazer a vontade de Deus”, destacou.
Padre Alexandre Mello esteve no Rio e concedeu entrevista ao Sistema de Comunicação, trazendo curiosidades sobre os preparativos da Jornada Mundial do Panamá, que acontecerá em janeiro de 2019. Atualmente, ele reside em Roma, auxiliando o prefeito, Cardeal Kevin Joseph Farrell. O dicastério em que trabalha é o responsável pela organização e supervisão das edições das Jornadas da Juventude.
Sacerdote do Instituto Secular Padres de Schoenstatt, padre Alexandre Mello é carioca e foi ordenado, há 17 anos, no Rio, por Dom Karl Joseph Romer, no dia 7 de julho de 2001.
O Sínodo para a Juventude e a Jornada
O dicastério está diretamente envolvido na preparação do Sínodo dos Bispos, com o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, que acontecerá de 3 a 28 de outubro deste ano. Segundo padre Alexandre, este sínodo será a grande inspiração da JMJ-Panamá/2019, pois está alinhado ao lema da Jornada: “O discernimento é a forma de se descobrir qual é a vontade de Deus. E o lema da Jornada ajuda-nos a decidir fazer a vontade de Deus, a exemplo de Maria. Ela, bem jovem à época da Anunciação, fez as perguntas que devia fazer, mas deu o seu ‘sim’. Ela é o modelo de vocação para a juventude de hoje”, afirmou.
Amizade com o Cardeal Bergoglio
Entre as muitas curiosidades sobre sua atuação durante a JMJ Rio2013, padre Alexandre contou como foi escolhido para ser intérprete do Papa, no Brasil, e a emoção de viver a Jornada ao lado do Pontífice. “À época da JMJ do Rio, eu ajudei na organização do nosso movimento (Schoenstatt). E eu já conhecia o Cardeal Bergoglio. Ele já havia me pedido para acompanhá-lo como intérprete, durante a JMJ-Rio, antes mesmo de ele ser Papa. Ele estava muito impactado, em muitos momentos ele se emocionava; nós nos conhecemos em 2007, em Aparecida”, pontuou.
Por que o Panamá?
Perguntado sobre a escolha do pequeno país da América Central, padre Alexandre explicou que “os próprios bispos dizem que seu país foi escolhido por causa de sua pequenez. Francisco é o Papa que valoriza as periferias, o ‘pouco comum’, o que não está no centro. Curiosamente, pela sua localização geográfica, o país está numa encruzilhada do norte para o sul e do leste para o oeste, pelo Canal do Panamá; está num encontro de caminhos; os oceanos Atlântico e Pacífico se encontram, e é a passagem entre a América do Norte e América do Sul”, analisou padre Alexandre.
Para ele, o Papa considerou que era o momento da América Central, não havendo propriamente uma regra. “As dioceses se oferecem, candidatam-se, como foi o caso do Rio. É feita uma seleção prévia, porém o Papa é quem toma a decisão final. Agora, já estamos nesse processo, para definir onde será a próxima Jornada, e isso só será revelado na Jornada do Panamá, em 2019”, disse.
Preparativos
Padre Alexandre já esteve duas vezes no Panamá, e acredita que “os brasileiros terão um acolhimento muito carinhoso, bem latino, e não só isso, mas com aquela alegria, muita festa, muita música, dança e a ginga do povo caribenho. É muito ao estilo dos brasileiros. Acho que vamos nos sentir muito à vontade no Panamá”, destacou.
A espiritualidade da Jornada
Padre Alexandre considera que as Jornadas manifestam a força da Igreja, no contexto de um mundo globalizado, com jovens de tantas culturas diferentes, mas com os mesmos valores, transmitidos por uma mesma fé; uma espiritualidade de comunhão, internacionalidade e de universalidade:
“A Jornada é um grande testemunho; os jovens são felizes, por serem cristãos; por isso, não se vai como turista, mas como peregrino, para fazer um caminho de fé. E, muitas vezes, não é preciso falar. Ver passar ou estar entre os grupos de jovens, por si só, já é evangelizador. Estejamos certos de que, nessa Jornada, o Papa Francisco vai estar movido pelas conclusões do Sínodo da Juventude, para falar ao coração dos jovens. Ele está muito feliz e animado. Foi o primeiro a se inscrever e, é claro, já confirmou presença”, concluiu.
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