20 de Fevereiro de 2019
Tragédias deixam mais de 300 mortos no mar Mediterrâneo nas últimas semanas
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27/08/2014 17:24 - Atualizado em 27/08/2014 17:26
Tragédias deixam mais de 300 mortos no mar Mediterrâneo nas últimas semanas 0
Mais de 300 pessoas morreram tentando a travessia do Mediterrâneo do Norte da África para a Europa nas últimas semanas, elevando o total de mortos este ano para 1.900, sendo 1.600 somente a partir de junho.
“Os últimos dias foram os mais trágicos do ano para pessoas tentando cruzar irregularmente o Mediterrâneo em direção à Europa, ao menos três barcos afundaram", disse a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Melissa Fleming, para jornalistas em Genebra.
O primeiro e maior acidente aconteceu na última sexta-feira, dia 22 de agosto, quando um barco levando ao menos 270 pessoas virou perto de Garibouli, a leste de Trípoli, capital da Líbia. Apenas 19 pessoas sobreviveram. A guarda costeira líbia conseguiu resgatar 100 corpos, incluindo os de cinco crianças e sete mulheres. O restante ainda não pôde ser localizado.
Citando depoimentos dos sobreviventes, a porta-voz disse que "o barco já estava superlotado e mais gente foi empurrada para dentro antes da partida”. De acordo com as informações, o barco virou de repente, prendendo as pessoas no convés inferior. A guarda costeira da Líbia foi chamada para a operação de resgate e conseguiu recuperar alguns corpos.
O segundo acidente aconteceu na tarde do ultimo sábado. A marinha italiana resgatou 73 sobreviventes e recuperou 18 corpos de um bote de borracha a 20 milhas da fronteira marítima líbia. Segundo Fleming, 10 pessoas ainda estão desaparecidas.
Os passageiros são principalmente do Mali, Costa do Marfim, Guiné e Sudão. O bote já estava parcialmente vazio quando foi avistado por um avião de resgate italiano, que lançou botes salva-vidas aos sobreviventes.
No terceiro incidente, na tarde de domingo, um barco de pesca levando cerca de 400 pessoas virou no norte da costa líbia por causa do mau tempo. A guarda costeira e a marinha italiana, em operação conjunta com um navio mercante, resgataram 364 pessoas, 24 corpos foram recuperados e outros estão desaparecidos. O número exato de mortos ainda não foi confirmado.
A Líbia é o principal ponto de saída da África para a Europa, onde o agravamento da segurança tem fomentado o surgimento de operações ilegais e incentivado migrantes e refugiados a se arriscar na travessia para saírem das zonas de conflito.
"O ACNUR em Trípoli recebe diariamente ligações de refugiados, solicitantes de refúgio e outras pessoas em situação vulnerável com muito medo e fazendo pedidos desesperados por água, comida, remédios e abrigo. Os que decidem ir para a Itália estão fazendo longas e perigosas jornadas em direção a novos portos, como Benghazi, no leste da Líbia,"disse Fleming.
A porta-voz do ACNUR disse que muitos dos que se arriscam no mar rumo à Europa são refugiados deixando zonas de conflito, violência e perseguição. "Esta situação dramática nas fronteiras marítimas da Europa demanda uma ação urgente do continente, incluindo o fortalecimento das operações de busca e salvamento no Mediterrâneo, assegurando que as medidas de resgate sejam seguras e incorram em mínimo risco para aqueles sendo resgatados”, disse Fleming.
"O ACNUR parabeniza a operação salva-vidas Mare Nostrum (Nosso Mar) que a marinha italiana e a guarda costeira estão conduzindo e já salvou milhares de vidas”, ressaltou Fleming.
A Agência da ONU para Refugiados acredita que é vital que os sobreviventes destas tragédias, que geralmente perderam família e amigos, tenham imediato apoio psicológico assim que desembarcarem. O ACNUR tem ainda pedido que sejam estabelecidos procedimentos de identificação de corpos resgatados do mar, garantindo rápida e clara informação para que as famílias não estejam sujeitas a sofrimento adicional.
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